terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Teu corpo

A forma sinuosa do teu corpo é inevitável até para um pensamento vão. Contorno que marca, gosto que mata sem dor. Teu corpo se apresenta do jeito que eu gosto: desperto, despido, descoberto, faceiro. Impossível desgrudar do teu corpo. As mãos, as minhas, têm vontade própria quando tocam teu corpo: elas são a melhor expressão do que as palavras não podem provocar. Teu corpo é o esboço fiel da felicidade do corpo; de pelo menos outro corpo, o meu. Teu corpo é esnobe, é desfaçatez, é transgressor. Teu corpo não é minha paz, não quero que seja. Teu corpo é o canal por onde transbordo meu excesso de falta do teu corpo. Teu corpo é só teu, e por isso sempre o quero um pouco mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário