Sinto os dias passarem ao meu lado. Sinto que lhes sou estranho; um corpo que se mexe mas não se encontra. Não sou nada senão fantasia. Estou vivo porque tenho palavras. Com elas, formo frases, pensamentos, mentiras; com elas, eu grito, eu me escondo, eu me atolo, eu me escorro; com elas, posso ser vão, posso excluir-me de toda essa porcaria de felicidade forjada. O corpo que tenho é feito de palavras. Possuo-lhe com palavras. Não sou nada senão palavras. Ao mesmo tempo sou meu infinito e meu fim. Porque nasço e morro palavras.
Olá, chegando agora por aqui, primeiro texto que li e amei, sei que será o primeiro de muitos. Abraço
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