terça-feira, 10 de agosto de 2010

Olhares

Os olhares fitam-se. Viram um espelho. Cada qual enxerga-se profundamente pela íris. Nenhuma fotografia teria como reproduzir o terno momento. As máscaras caem naturalmente. Não há muralhas que se sobreponham à lividez do olhar sensato. Os rostos deixam de existir. A única curva é a dos olhos. Quatro deles. Todos outros membros tornam-se inferiores. O silêncio não incomoda. Palavras seriam erros; as faladas. Interação de desejos por meio de globos que brilham. Começam a ficar umedecidos. Pingam, agora. Choram. Piscam. Unem-se. Fecham-se.

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