sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nossa rua

A nossa rua não tem mais aquele cheiro
Estamos sozinhos nesse confim
Aquilo tudo não volta de novo
As esquinas perderam seus rostos

É tudo para um lado só
As placas estão ao contrário
A direção perdeu seu lugar
Não vejo amigos, não vejo otários

Que rua sombria é essa
Recordei de quando menino
O tempo passou de repente
Não tem presente, não tem futuro

O que nos resta é sentar
Em algum banco que ainda exista
Nesse mundo ávido e lívido
Da solidão de um artista

Quem sabe melhora em seguida
Não acredito no Apocalipse
Temos que ser otimistas
Afinal, tentamos ser poetas

Fantasia e realidade juntas
Não desgrudam sequer um minuto
Parecem até prostitutas siamesas
Dançando sobre as mesas

Dos botecos de quinta
Com frequencia diária
Toda semana é mais um dia
Que nossa rua teria

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