sexta-feira, 7 de maio de 2010

Nunca pedi perdão

Parece que o céu despencou sobre a minha cabeça
Fiquei cego de tanto de enxergar
As mazelas que tentam esconder
No olhar sincero do porteiro

As ruínas não estão mais empilhadas
Sinto cheiro de carne
As bombas ficaram no passado
Os corpos, espalhados, refletem o que sentes

O enxofre que polui é o mesmo que sorvo no café da manhã
Levanto mais leve, mais forte
É apenas mais um despertar
Talvez o cheiro seja meu, talvez o cheiro seja nosso

As árvores começaram a cair
As folhas estão todas negras
Mas o filme não é mais em preto e branco
Está todo em cores

E pode ser visto no mundo inteiro
Na janela do meu quarto
Na cama
Ou no armário do banheiro

Porque o dia ainda é assim?
Porque o poeta inventou a canção?
Porque ela continua a ser musicada sem nenhuma razão?
Porque a gente sofre demais e não pede perdão?

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